Já há três semanas que a suzette desapareceu mas ainda espero vê-la. Falta uma explicação lógica. Ela sabe que preciso disso. O maximo que posso fazer é aproveitar as energias.
E pensar nela.
Estou próxima da exaustão. É-me extremamente difícil coordenar, ser consciente dos três sistemas em simultâneo. Mas tanto quanto me foi possível perceber, a unica solução é continuar a insistir. Não me posso dar ao luxo de não pensar, um viciado não se pode dar a esse luxo. Tenho que trabalhar. Inspirar com a barriga é-me quase impossível. Inspirar....agora com a barriga...expulsar....conter as fezes....expirar com a boca....apertar com o abdominal, de baixo para cima....inspirar, não com o peito, com a barriga....talvez devesse ter escolhido ioga.
A proxima maquina não é particularmente impropícia. Os agachamentos correm mais ou menos bem porque as pernas não bulem tanto com o peito. Tem que haver uma maneira de me desviciar, de aprender a prescindir das cordas, do cinto.
Foi a unica maneira que sempre conheci, é claro que não há razões para ter vergonha mas estou farta. Imagino-me com a parafernália toda, uma glamorosa foto de jornal: asfixia erótica mais um caso na grande lisboa, ou seja, mais uma oportunidade de olhar para um cadaver bonito, isto é, se eu estivesse vestida para a ocasião, que não costumo estar.
Em roupa de ginasio também não vou estar de certeza. Às vezes resulta, quando já estou bem aquecida, quando a inconsciencia começa a bater pela repetição. Começo a formigar lá em baixo, a aquecer a cada respiração, dessas vezes bem sucedidas, sem contracção da traqueia. Uma mulher que não faz barulho, uma mulher como eu, uma mulher de ar_ou a mulher partida em duas.
Em todo o caso, a mulher no ginásio...a mulher em casa dos pais...
A contracção do pescoço tornou-se involuntária, e a contracção das pernas, um descomunal esforço de contracção acorda um lugar na cona, quase no cimo, diferente do ponto G e cujo nome desconheço se existe. No momento em que acorda abre-se a via. Crescentemente vai contagiando as zonas circundantes, despontam formigueiros nas axilas, a dor muscular cresce também a níveis que rejeitaria em lucidez.
Acontece que o climax que provoca se resume a algumas sacudidas da carne. Não admira que goste pouco, mas não o suficiente para achar vã a procura de um orgasmo. Ainda assim é bom ter um sexo que se agita.
A suzette detesta ginásios. Deus e o esparguete fizeram-la magra.
quinta-feira, 6 de agosto de 2009
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